“Indefinição de foco no existir “processo existencial”
Arruda, Elvio Antunes de
Quando não decidimos pelo melhor caminho do existir, podemos levar uma vida digressa da realidade, errática, vezes também acrítica e com difícil harmonia e congraçamento para consigo mesmo.
Todavia, o que é o melhor caminho? O que são bons hábitos? Hábitos do pensar, do sentir, do agir, de percepção, de busca e outros.
O medo do pensar: o auto diálogo, a reflexão solitária, vezes se pode ficar com um auto-diálogo insuficiente, dúbio e não conclusivo. Toda reflexão, como expresso é dinamicamente solitária, vezes abandonada e trocada pela rotina, assim o meio não é agredido, tornando o ser passivo em uma sociedade letárgica podendo tornar-se excluso de si em uma percepção também por outros não refletida. Bloqueando o fluir do ser.
Angústias, indefinições, incertezas, depressão, extro e auto-acusação, vícios, desmotivações moléstias, auto-agressões e outras disfunções colidentes que geram a complexidade do caos.
Dor emocional, inconsciência do existir, conflitos e por fim, crenças e moléstias degenerativas resultantes da diluição de foco.
Gera-se o medo do pensar distorcido, da digressão e desorientação, colocando o ser novamente em estado de fuga, inclusive o conceito errático de educação retroalimentando tal disposição. Segundo o dicionário brasileiro educação é a busca e aquisição de bons hábitos, como já inquirido: o que são bons hábitos?
Chega-se a um fundamento em que viver é desfrutar de prazeres, após isto, atina-se a um momento que o saudável descobre que também é sentir dor. Somos seres que a única função é sentir satisfação e dor, e socialmente é prazer ou contrariedade. Será que isto dá sentido?
Fora isto todo outro processo é seqüência programada da natureza. Vejamos:- Se você planta algo não é você que produz, não é você que faz o filho, somos ferramenta da natureza, nem “somos nós” que controlamos até as necessidades de levar a bom termo nossas necessidades fisiológicas, o alimento se escolhe pelo gosto “prazer” e os medicamentos pela “dor”, correções diversas doem, tanto de ordem física como ética e moral.
Muito se fala em liberdade. Levaremos ainda muito e muito tempo, para entender a porcentagem de liberdade que somos liberados. Dores físicas e emocionais, dores da alma. Seria a felicidade uma consciência de superação de etapas e muito confundida com o livramento de pressões e contrariedades? Liberdade é poder decidir, não decidir e vezes viver de forma vazia e nula também é uma decisão.
O desconhecimento dos fundamentos e objetivos do existir mostra que o ser se deixa ser conduzido pela massa e induzido por si mesmo, como diz o pensador “aquele que se deixa conduzir é escravo de opiniões alheias”. Falando em liberdade, até a necessidade em se dizer livre demonstra quão distante está da definição, conceito e prática da mesma. Liberdade é naturalmente livre, não está ligada ao conceito individual, é um caminhar decidido.
Dor mental? Conflitos, pensamentos colidentes que causam pressão emocional, gerando obstáculos físicos, mentais e emocionais. (Empecilho, barreiras). Será que somos vitimas de funções e disfunções genéticas, emocionais e mentais?
O medo do pensar julgo eu ser o grande obstáculo, visto que o pensar é a ferramenta da identificação do ser, a reflexão vezes não é refletida pelo meio, mas tem que ser bem avaliada e analisada pelo indivíduo.
Somos a soma do que pensamos, somos o tempo que investimos na vida, o passado é a base e fundamento de tudo o que sabemos, selecionar informações é uma grande arte diante de tantas deformações. Passado e futuro são imaginários, o presente é a realidade. Lembramos de fatos do passado e não do tempo passado. Penso aqui a frase de Elank Lewer “Se o conhecimento for prazeroso há construção do eu mental e emocional”.
Somos tomados por obstáculos físicos, mentais e emocionais. Muitos pensadores, analistas do comportamento humano citam: somos a soma do que pensamos.
O medo do pensar leva o ser humano às neuroses “moléstias dos nervos”, devido a desconexão entre o “fluir do pensar e do sentir”.
Sente-se o desconforto da falta de reflexão e pensamento objetivo, e ressente-se disto. Principalmente a pressão de poderes insanos sobrepondo a individualidade e o devido respeito ao pensamento, análise e avaliação individual. A proibição expressa por poderes principalmente religiosos, políticos que castram de forma sutil e subtendido o ser, do garimpo das ideias e na busca de conquistar uma “intropretação” da própria visão de realidade.
“A maior moléstia do ser humano é a fobia” Assim citou o médico psiquiatra Alfredo Simonetti. O ser humano busca o prazer para fugir da dor, busca “felicidade” como fuga de uma possível infelicidade. Ou a felicidade é natural?
Precisamos saber que as funções e ou disfunções do organismo são autônomas, a natureza detém o automático do nosso organismo. O cabelo cresce sem vermos, a unha, os movimentos dos órgãos, a produção de lágrimas, a organização e controle do sangue, necessidades fisiológicas, e outras centenas de funções. Inclusive os relógios diversos.
Nossa obrigação como mente pensante não é só combater a doença “dor”, mas também expandir a saúde, buscar a regeneração física, mental, emocional e espiritual. Para viver bem é preciso aprender a viver. Vamos ponderar? Viver é arte, viver é tecer, acontecer. Será que a busca do conhecimento atrapalha nossa busca pelo prazer? O Sentido da Vida é construir-se feliz. “A liberdade é o direito de pensar, cada um é o mestre de suas decisões – Elank Lewer”.
Vamos de Frankl? Quando se aceita que é impossível substituir um ser, manifesta-se a responsabilidade que o homem toma para sua existência. Um homem que se torna consciente de que uma pessoa o espera ou de que tem uma obra inacabada assume sua responsabilidade e sabe o porquê, o sentido da sua vida.
Arruda, Elvio Antunes de
25.02/07.03 - 2018
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